quarta-feira, dezembro 30, 2009

atualizando... it feels great to be me!


já passou um dia tão em contato consigo mesmo q gostou do que viu? esse dia foi assim pra mim. foi como se eu tivesse o dia de folga e pude empregá-lo em coisas que realmente amo fazer. li. orei. escrevi. 

tirando a parte que eu mesma produzi, teve também o inesperado. recebi uma ligação de uma amiga a quem prezo muito, mas com quem não falava por muito tempo. enquanto conversava com ela, era como se uma parte do meu eu se reavivasse. como isso? não sei, mas foi o que aconteceu. penso que há pessoas que podem fazer o melhor de nós aparecer e que preciso me aproximar de mais pessoas assim. essa foi a parte inesperada do dia. queria que todos os dias pudessem ser assim. que bom seria se meu trabalho fosse eu fazer as coisas que faço por prazer. quem sabe um dia? 

outro ponto alto do dia, foi ouvir relatos felizes de vários amigos meus. já esteve feliz por seus amigos mesmo quando o que está acontecendo com eles ainda não aconteceu a você? tb teve isso hj. e eu me alegrei, me alegro mesmo, amo essas pessoas e a alegria delas também é minha. talvez esse seja um dos posts mais pessoais que já coloquei aqui, (o que eu evito), mas deu vontade... feliz últimos dois dias de 2009 pra vcs!

terça-feira, dezembro 29, 2009

Pensando alto (27 de Fevereiro de 2009)

se eu pudesse dizer algo sobre os dois primeiros meses do ano, se eu pudesse fazer um balancete, eu diria que janeiro foi surpreendente de uma forma meio que negativa. Senti-me fora de mim e acorrentada, tenta visualizar. Fevereiro significou voltar ao habitual, revigorante. O final, então, refrescante mesmo. Mas todo esse lero lero é porque me ocorreu esses dias o fato de que o tempo é mesmo escorregadio. É como se eu ouvisse aquela famosa frase "isso não te pertence mais". No mundo em que vivemos, somos obrigados a ganhar dinheiro, o que é mesmo bom, mas isso também nos obriga a trabalhar. Às vezes me dá uma vontade súbita de pegar uma mochila e viajar o mundo todo. Mas isso exige: dinheiro! Parece que estou me cercando de impossibilidades nesse post, né? Tempo, dinheiro... Bom, a lista não terminaria. De qualquer maneira, meu pensamento original é que eu penso que deveria fazer todos os dias valerem à pena, valer à pena sair da cama, deixar o lar, lutar por alguma coisa, por alguma coisa que vá durar. Durabilidade. Tempo. Dinheiro. Conceitos e mais conceitos. Voltando à durabilidade, acho que a amizade pode durar. Perdi uma mt importante dia desses, por um motivo ridículo, mas profundo. Ca-ra-ca, sobre o que é esse post mesmo? Acho que estou pensando alto demais...

P.S.: é um post antigo, tava guardado nos rascunhos, mas penso que valeria à pena deixa-lo ser lido.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

coisas que devemos saber

estou lendo um livro maravilhoso: "O livro mais mal-humorado da Bíblia"
de Ed René Kivitz.
recomendo a qualquer um que queira aprender o que é o Evangelho em termos práticos. Recomendo também para aqueles que não tem medo de discussões polêmicas. E, ainda, para aqueles que se cansaram de ler livros que dizem sempre as mesmas coisas sobre as mesmas passagens bíblicas. O objetivo do post, especificamente, é reproduzir uma passagem que não quero esquecer desse livro. No capítulo "Vencendo o dinheiro", o autor afirma:

"Esse é o espírito do cristianismo. Se alguma mensagem afirma que Deus deve ser usado como meio, e não como fim em si mesmo, não é o evangelho de Jesus Cristo. O evangelho de Jesus prega a satisfação da alma em Deus. O evangelho apresentado como fonte de acesso aos desejos da alma é um evangelho distorcido. Usar Deus para a obtenção de objetos de desejo é perverter a relação, porque, na verdade, a nossa experiência com Deus deve nos dar satisfação naquilo que possuímos, e não acesso àquilo que desejamos. Quem quer ajeitar a vida com ajuda espiritual deve procurar um caminho diferente do evangelho de Jesus. A proposta legitimamente evangélica é outra, expressa por Paulo, apóstolo: "aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação" (Fp 4:12)" Ed René Kivitz

...e isso me abriu o pensamento de uma forma inexplicável.

what Christmas is all about

deixando de lado a frustração com as festas, eu aprecio o Natal. Aprecio o sentimento que nos ocorre ao lembrar do Filho de Deus perfeito, abandonando o conforto do lar com o Pai e embarcando numa viagem que lhe traria momentos dos mais diversos. sabia que iria de momentos de alegria a momentos de profunda angústia. sabia que encontraria pessoas ingratas, outros que nem mesmo se alegrariam em vê-Lo, encontraria traidores, etc e tal. encanta-me saber que isso não o desanimou simplesmente porque Ele sabia que haveria "paga do seu árduo trabalho". Sabia que a recompensa era certa, que muitos corações, de eras distintas, de raças diversas, idades e histórias, se alegrariam em conhecê-Lo, O amariam de coração e esperariam a sua volta. sei que o propósito na sua vinda tem se cumprido em muitas vidas, e fico feliz em ser uma delas.

terça-feira, dezembro 22, 2009

a cena de um peixe


Em Jerry Maguire, o personagem principal, de mesmo nome, é despedido da empresa em que trabalhava por muitos anos e ajudou a construir. Na cena em que deixa a empresa, ele tenta convencer os outros empregados a ir com ele. Ele começa o seu argumento dizendo que o "peixe" estava do lado dele, e que ia com ele. Ele coloca o peixe numa sacola e o leva. O peixe, é claro, não tem reação, nem escapatória, finalmente vai à nova empresa. A cena meio que me acordou para uma verdade: alguns de nós somos "pescados" por pessoas e situações que nunca desejamos. Deixamo-nos ser levados por alguma proposta, por uma sugestão irrecusável sem mesmo saber a vontade de Deus. Quando nos damos conta, como aquele peixe, estamos num saquinho plástico indesejável nos perguntando onde erramos. É óbvio que não somos peixes, e felizmente, nós temos sim o direito de escolher, de dizer não às sugestões, ao caminho que serve o nosso eu pecaminoso. Temos o direito e a habilidade de escolher o caminho de paz. Mas, é claro, Deus, em sua palavra, já nos tinha dito isso antes>>>>

"Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência."
Deuteronômio 30:19

quinta-feira, dezembro 03, 2009

um nome na memória

porque você é só um nome na memória, com contornos de sonhos cuidadosamente delineados por mim. neles você sorri, reclama, tem opiniões profundamente enraizadas e me observa com calma. neles, vc compreende meus erros, ri das minhas piadas, me aceita por completo. neles, eu me torno mais interessante, o mundo se colore de tons esquisitamente encantadores. nos meus sonhos tudo é mágico, tudo brilha, só encanto. mas ainda, vc é só um nome. nome vivo, forte, que me deixa curiosa pra saber quem realmente vc é. um nome, o nome, atenção. tudo se volta pra você, no meu mundo, nos meus sonhos. mas aí, me deparo com a triste realidade: daria tudo, trocaria os sonhos todos, toda a perfeição que arquiteto com cuidado, por um dia com você. pelo seu estar real, pela sua voz, doce ou não, amável ou não, que seja! sonhos podem sim se tornar realidade, mas a vida é feita de fatos, e vc, e eu, precisamos de muito mais do que isso.

novo layout

troquei o layout porque o outro meio que "desatualizou"!
espero que gostem...
bjs!

sexta-feira, novembro 20, 2009

João

- Eu só queria ouvir mais um pouquinho. Foram essas as palavras que o menino solitário que João tinha se tornado pensou mas não disse. Na verdade, seus olhos disseram. No recinto onde estava, ninguém ouviu, ninguém foi capaz de ler em seu olhar um clamor somado ao longo dos anos por respostas que cismavam em lhe negar. Nunca conhecera o pai. A mãe, imaturamente, faltava em observar o filho com os olhos do coração. Cenas assim só se repetiam. No momento de que se fala, estava no culto infantil de uma igreja que estava visitando. A professora falava: Deus, amor de Cristo, Ele ama a todos. Mas aí a hora foi passando, o culto acabou, em nome de Jesus, amém, tchau crianças. Gritinhos pelo corredor e lá eles se foram, e as dúvidas ficaram no coração aflito de João. Ninguém percebeu que ele queria o Salvador. Sua timidez infantil, seu medo de incomodar, fato que comumente lhe atribuíam, não o deixaram pedir ajuda, fazer perguntas, dizer que queria saber mais. O Salvador, contudo, ouviu. Seu encontro com João não tarda, mas tem hora e local certo. (continua...)

sábado, novembro 07, 2009

interdisciplinariedade (consegui!)



é uma contribuição do amigo Aulos que estuda Física.
Mais um esforço singelo de usar o conhecimento que Deus tem nos dado para glorificar o nome Dele, sempre.
espero que gostem!

domingo, outubro 25, 2009

Pliable = do inglês, flexível, dobrável, facilmente influenciável ou persuadido.

me assusta a conformidade com o mal. me assusta como uma sociedade como a nossa afasta o bom, o perfeito e agradável, e recebe, assim, como de "braços abertos" aquilo que é duvidoso, conivente com a injustiça. me assusta a facilidade com a qual alguns sentem aversão profunda às palavras "religião", "Deus", "Jesus", mas não se chocam tanto assim ao assistirem os noticiários. me deixa perplexa a facilidade com que nos acostumamos a uma moral na lama, como nos acostumamos a abrir precedentes, a dizer: "depende do ponto de vista", como nos acostumamos a relativizar o pecado, brincar com ele, como batata-quente, passando de mão em mão, mas sempre torcendo que o silêncio não nos surpreenda no ato. me impressiona a minha capacidade de achar que sempre terei outro tempo, outro momento para consertar as coisas. mas o fim é logo ali... me assusta como posso esconder verdades que já me salvaram e deixar outros se afogarem. a sensação é de uma socieade que foge do Deus único e verdadeiro, mas recebe de braços abertos qualquer tipo de fé mística, fé que adora a obra e não o Criador Supremo da obra. fé que idolatra o homem, colocando-o num pedestal. no meio do caos, refleti sobre a felicidade, aquela assim, insuperável, que nada poderia apagar: pra mim, que no Dia do Senhor, eu seja encontrada do lado das "ovelhas" de Cristo, com um sorriso de ponta a outra, com o coração pulsando de amor pelo Mestre, e ao meu redor, a minha família, inteira, com o mesmo sorriso e o mesmo pulsar, e além desses, outro grupo, daqueles que Deus me permitiu alcançar para Ele. crianças. adolescentes. famílias. vidas que foram marcadas por algo simples que eu possa ter feito, um sorriso, um "Jesus te ama", um abraço fraternal. ou algo complicado, uma conversa longa, horas de oração, jejum, muito tempo investido. não importa como, quero salvar vidas para o meu Rei. retomando o título, se eu tiver de ser "pliable" que seja para Jesus. que seja para me permitir ser moldada pelo meu Criador, para corresponder às expectativas dele. alguns querem ser moldados pelo pensamento vão desse mundo. é tudo uma questão de saber a quem você entrega o controle da sua vida e mente. porque no fim, ninguém é tão senhor de si assim.

ao som de "Pliable" de Brooke Fraser

sexta-feira, outubro 02, 2009

eu me debato com um post que quer sair, mas ao qual tento não me render. essa postagem, então, que você lê, é aquele texto, reprimido, não aceito, se disfarçando em mero comentário. o assunto? perder. ouvi dia desses que nunca se perde nada de uma hora para outra, se perde pouco a pouco, numa progressão não prevista. acho que perdi uma amizade. não acho, sei, mas prefiro deixar assim. se devo falar assim, não estou certa. sei que ficaram lembranças, ficaram dúvidas sobre onde errei, fui neurótica demais?
a trilha sonora é do The Fray quando ele canta: "where did i go wrong, I lost a friend, somewhere along in the bitterness and I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life." (onde foi que errei, perdi um amigo, em algum lugar na amargura. Teria eu passado a noite em claro se soubesse como salvar uma vida?)
acho que passei. talvez tenha errado por excesso, por depositar demais do meu coração num cuidado que não devia ser meu. por mais consistentes e bem intencionados que sejam os seus conselhos, chego a pensar que nada consegue vencer a "vontade".que poder ela tem. cuidado com o que você anda desejando, é nisso que vc se torna.
seja como for, passou. nunca pensei ser esse o fim, nunca pensei que as coisas se encaminhariam para essa direção, mas foi assim que aconteceu. temo dizer que isso tenha me acrescentado um pouco de "pessimismo" com algumas coisas. sabe, se esforçar, se dedicar, tentar dar uma mão. acho que fica de aprendizado que SONHAR é algo íntimo e próprio do indivíduo, não posso exigir que alguém possua o mesmo "padrão de qualidade" na hora das escolhas pessoais. o perigo disso tudo? sentir-se injustiçado. sentir-se feito de palhaço. já passei por lá. acho que de lá estou saindo e nem sei bem, nesse emaranhado de sentimentos, onde estou.
a vida continua. vc conhece outras pessoas. outras pessoas demonstram amor por vc. vc cresce com os tropeços da vida e promete a si mesmo não colocar sobre si mesma tal fardo da próxima vez, pelo menos vc promete.

sexta-feira, setembro 18, 2009

um objeto, o tato, o conjunto da obra

seus dedos escorregavam pelas páginas amareladas daquele livro. talvez ele fosse muito mais do que um conjunto de livros. num movimento cuidadoso, deixou que as folhas passassem lentamente, enquanto ela olhava de lado. pessoas de eras distintas, fatos separados por séculos, agora se misturavam pelo folhear da garota. viu nomes incomuns como Eliasibe, Uziel. viu verbos como obedecer, sacrificar, dizer. viu pequena histórias, grandes homens, viu sofrimento, viu alegria, viu canto, viu choro. nesse instante, o pensamento lhe cortou a mente como algo que nos penetra os sentidos sem deixar espaço. ali estava a sua história. não com a riqueza de detalhes como a daquelas pessoas. mas sua história estava ali, contada através de exemplos, na oração do Filho de Deus quando disse na terra: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;*" era mais uma experiência física com aquele objeto, não era um texto específico, era o tato. o conjunto da obra. como se ela ouvisse as vozes, como se soubesse que havia um Autor. naquela hora, foi compelida a orar. sentiu um ímpeto no coração em pedir perdão, por todas as vezes que assumiu o controle. por todas as vezes que ignorou a vontade de seu Autor e Criador. nessa hora, sua vida voltou aos trilhos e, bem lá dentro, ela soube disso.

domingo, setembro 06, 2009

sobre onde um post começa

um post começa de uma mente destraída, surpreendida por um pensamento cortante decidido a surgir. ele perpassa sua consciência, consumindo sua atenção, estabelecendo relações, formando sentenças, orações e, então, períodos. o post não surge da vontade. mas tb não surge se não houver vontade alguma. ele surge da mente atenta. de um coração aberto a experimentar o outro. ele surge da necessidade de comunicar. de colocar em palavras algo que te envolve por inteiro. escrever traz mais do que leva. traz mais entendimento, mais vida à vida. escrever une pontos, nossos pontos imperfeitos, irrelevantes, fracos, esses mesmos, depois de um pouco de pensamento, nos eleva a conhecer a pessoa que chamamos de eu. se escrever é uma arte, caberia a todos se tornarem mestres dela, não a fim de serem autores de best-sellers, mas para escreverem e enxergarem a própria história que escrevem com a própria vida. um post começa, um texto começa e é como se nunca tivesse fim, pela idas e vindas de um conhecimento próprio que se dá a todo momento durante a vida...

terça-feira, setembro 01, 2009

Sobre uma caixinha de plástico e o Fogo

"I left my heart in a plastic box / Deixei o meu coração numa caixa de plástico
on the bedside table / na mesinha de cabiceira
It will be locked till I get home. / vai ficar trancado, até que eu chegue em casa."

esses versos fazem parte da música "The Beginning" do The Classic Crime. a música tem sido um alvo de investigação pra mim.
Simplesmente não consigo captar o que ele quer dizer; talvez ele não queira se envolver tanto com as pessoas a ponto de se magoar; ou ele sinta tanta saudade de alguém que prefere deixar o coração meio que "de molho" por uns instantes. acho que qualquer hora dessas, quando eu menos esperar, vou entender melhor do que se trata. o importante é que o som deles tem me feito mt bem. e o ponto aqui é outro.
seja qual for o significado desses versos, sou levada a repensar algumas atitudes.
tenho sim procurado deixar meu coração "numa caixinha" guardado em algum lugar, longe das decepções, longe dos medos, longe da dor. sempre me ocorre o pensamento de que se eu me proteger o suficiente, não me decepcionarei como antes, não terei a dor de ver um investimento grande indo pelo ralo. aí a gente se cerca da superficialidade. já que ninguém se importou comigo quando me magoou profundamente, também não devo me importar com mais ninguém.
mas não é isso o que meu Deus pensa. e o que Ele pensa realmente importa. creio que Ele me manda amar, seja em qualquer circunstância. no fundo, não creio ser possível deixar o coração imune. o próprio trecho que citei mostra isso quando diz: "till I get home / até que eu chegue em casa".
Você sempre chega em casa, vc sempre se depara com a necessidade de "pessoas", de "amigos", ninguém habita sozinho por muito tempo. "em casa" você se dá conta do quanto é insuficiente; entende que a vida é feita de entregas, de dores, de alegrias e sorrisos que necessitam ser partilhados a fim de serem de fato experimentados.
a caixinha de plástico é muito pouco resistente.
q seja o Amor de Cristo o primeiro a romper com as reservas. a derreter o plástico. a me permitir confiar de novo. a investir de novo. a depender de novo. a caminhar junto de novo. e a entregar sempre a Ele, continuamente, sempre e sempre, qualquer acidente de percurso.

terça-feira, agosto 18, 2009

pensamentos de uma "blogueira"

queria começar esse post de uma maneira solene, que anunciasse que tenho algo de muito importante a dizer. mas como se sabe, das palavras que são escritas todos os dias, muito poucas, uma quantidade ínfima, se eterniza. o que faz com que o que diga seja bom ou não é a relevância disso para aquele que lê. sinceramente falando, não tenho nada de especial. uma pessoa comum, com sonhos que, vistos por cima, soam como sonhos de qualquer outra pessoa. mas é então nessa hora, em que consigo ver a conexão. diferentes, mas iguais. pequenos e ao mesmo tempo grandes. se escrevo sobre coisas triviais, sobre o comum do meu dia-a-dia, aí sim, pode fazer sentido para alguém. porque tanto eu como você, de quando em quando se arrepende de algo que disse; de quando em quando acha que deveria ser mais ousado; de quando em quando não entende muito a respeito de si mesmo. hoje é 17 de agosto, e eu, no meu íntimo, carrego uma esperança de escrever mais e melhor e de deixar que o detalhe pequeno da vida possa alcançar corações, atravessar gerações, atraindo outros aos braços de amor de um Pai Soberano. pode ser que não seja nada de extraodinário, mas se alcançar uma vida, se agitar um coração, se puder ser simples e verdadeiro, terá valido a pena, terá sido digno de todo o esforço.

segunda-feira, agosto 10, 2009

José II

sei lá se ele se tornou um ícone, uma referência abstrata à qual minha mente recorre sem que mandem, mas José já me é constante de quando em quando. depois de uma aula de escola dominical que me fez pensar o quanto a Palavra de Deus é inesgotável, eu fico pensando que há muitas perspectivas quando analisamos a vida de alguém. mas pra ir direto ao ponto, um insight mais recente que eu creio que Deus me deu sobre José é o fato de que, para ele, estar no centro da vontade de Deus significava sofrimento.
reafirmando, o fato de ele ser escravo ou preso não significava nem um pouquinho para Deus que a vida de José tinha saído para "fora dos trilhos", muito pelo contrário, isso queria dizer que José estava no caminho certo. Talvez para qualquer um que olhasse para ele, poderia pensar "o cara se deu mal". Talvez qualquer um pensasse a mesma coisa no lugar de José, como "os meus sonhos não deram em nada". Não foi assim que José via as coisas, muito menos Deus.
enquanto pensava nessas coisas, lembrei daquela expressão "estar no centro da vontade de Deus". Comumente, achamos que o centro da vontade de Deus é o lugar mais confortável que existe, mas pode não ser. O centro da vontade de Deus pode trazer dor, pode me fazer ser moldado, pode me lançar numa bateria de treinamentos de arrancar os cabelos.
mas a notícia boa é que isso não dura pra sempre, somos aprovados e herdamos as bençãos e promessas que nos foram reveladas anteriormente nos sonhos. q a imagem de um José governador, o primeiro depois de Faraó em toda a terra do Egito, alguém muito abençoado, possa te fazer lembrar que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, mas que Ele tem lá seus métodos incomuns de se fazer entender.

tô tipo...

tô tipo, querendo muito um violão;
tô tipo que me acostumando à vida nova de English teacher;
tô tipo, conhecendo gente nova;
tô tipo que ficando mais e mais obcecada por viajar;
tô tipo, com maior empolgação pra estudar francês;
tô tipo que voltando a postar;
tô tipo, mais e mais encantada com a voz do vocalista do Building 429;
tô tipo que usando MSN sem parar;
tô tipo, decidida a viver pra Cristo;
tô tipo que aprendendo coisas novas na fé;
(só pra constar em que pé andam as coisas...)

domingo, agosto 09, 2009

"untitled"

alguns posts saem da gente quando estamos amargando algum sentimento. essas palavras quase não queriam ser ditas, quase que fugiam à nossa percepção, como se quisessem manter a nossa visão "perfeitinha" de nós mesmos. mas tem uma hora que toda a farsa se torna impossível. há momentos daqueles em que nosso eu se revela diante dos nossos olhos como uma aberração cuja origem ignoramos. na estrada desses dias já esbarrei com uma angústia, já topei com um saudosismo, com a sensação de que "perdi alguma coisa", de que deixei algo passar. cheguei a dizer: "posso começar de novo?". mas nessa mesma estrada, algo me chamou a atenção. enquanto eu lamuriava os anos que não voltam, vi como se fossem estátuas de homens e mulheres. as plaquinhas indicavam ser pessoas célebres, alguns na mesma estrada que eu, parávam e admiravam com certo temor a histórias das tais pessoas. parei também. e deixei o meu coração ser acariciado e tratado pela vida de José, Rute, Davi, Moisés e Paulo. tantos outros montavam o cenário, tantos que me perdi. mas dentre eles, um nome, não uma estátua, mas um nome, gravado alto, que se via de longe, projetava sua sombra sobre todos os monumentos. Jesus Cristo, nome sobre todo nome. e mesmo que ninguém explicasse, mesmo que não houvesse ninguém ali pra indicar a razão, todos, no seu íntimo, sabiam o porque Daquele nome. todos sabiam que Ele era o princípio, o meio e a finalidade última da existência daqueles homens, mesmo daqueles que nem do seu nome haviam ouvido falar em vida. o conjunto da obra imprimia nos corações e mentes o entendimento de que era assim mesmo para toda a humanidade. pouco a pouco, pessoas comuns, com vidas nada extraordinárias, começaram a olhar para si mesmas, comparando-se àqueles homens e mulheres. viram que a dor que sentiam muito se parecia com a dor daqueles homens. viram que eles venceram e foram cheios de ânimo e vigor. eu, assim como eles, na perda de mim mesma, na angústia revelada nas palavras escondidas, me permiti ter esperança. estendi a mão num ato remissor de mim mesma. logo um canto brotou em meus lábios, logo um sorriso me surpreendeu. embora tudo isso se misturasse ao medo, numa luta pela minha atenção, fui deixando ser embalada pela canção de vitória daqueles homens, verdadeiros heróis da fé. heróis em meio à dor, em meio à perseguição, em meio à falta. eles conseguiram, creio que, assim como eles, em Jesus, eu consigo também.

quinta-feira, julho 16, 2009

quebrando o hiato

meu último post é de 31 de maio e eu nem sei como fiquei tanto tempo sem postar. mas como eu também não sei como tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo, tá tudo bem. sem detalhadas explicações, fim de faculdade (estou tecnicamente formada), um monte de mudanças, um monte de "talvez", a preparação de uma e.b.f., o começo de uma profissão, ou duas, tudo isso colaborou para o sumiço. mas pra ser mais sincera, o que vem no topo da lista é um cansaço prorrogado, cansaço da mesmice de não ter o que dizer e esse lugar é digno de mais. nem sei se ainda tenho leitores, quantos seguidores ainda seguem, reavaliei o blog, reavaliei a coisa toda de escrever, pensei em fechar de vez. mas não foi dessa vez. estou aqui postando, roubando tempo do meu descanso, dos meus afazeres, das minhas obrigações, só pra reacender a paixão de escrever. tem horas que eu queria começar de novo, "from scratch", apagar com uma baita borracha e ser mais obediente, mais paciente, menos cri-cri, deixar a coisa rolar e nao esquentar a cabeça pelos que não merecem, pensar um pouco mais em mim, me arriscar um pouco mais. isso sempre fica no "futuro do pretérito", no tempo do "ia", como eu falo com alguns alunos. mas o "dia" em que eu levar as coisas sérias a sério, e não dar a mínima para algumas outras, vou ser mais feliz...

domingo, maio 31, 2009

(queria dizer)

eu queria sair por aí e contar pra todo mundo a quem eu amo.
queria dizer em todos os cantos a força que Ele tem.
queria dizer que fé nada tem a ver com sentimento,
que pouco tem a ver com as circunstâncias ao meu redor.
queria dizer que a existência é curta demais pra gastar com vícios,
pra gastar com coisas degradantes.
queria dizer que tem um padrão de vida elevado, difícil, esmagador da vontade egoísta, mas que pode te fazer feliz.
queria dizer que nem sempre somos certinhos, que crente erra, que desaponta as pessoas, que desaponta Deus, que diz coisa errada, que pensa coisa errada, que a gente é gente, igualzinho a vc.
queria dizer que a gente vive feliz, que a gente se diverte, que a gente ama, estuda, se abraça.
queria dizer que no nosso meio acontecem coisas muito estranhas: umas pessoas se perdoam, outras doam coisas pela causa de Cristo, outras abondanam empregos promissores pela obra de Deus, que muitos se guardam puros até o casamento, que tem gente que passa o domingo inteiro na igreja. muitas coisas estranhas.
queria dizer que estamos felizes, é gostoso ser como somos.
queria dizer que vc pode guardar sua piedade, não somos coitadinhos por não fumar, não encher a cara, não virar a noite se acabando.
queria dizer que sermos crentes não significa que não temos problemas, até mesmo dos grandes, aqui vai um aviso: nesse mundo, a chuva cai sobre todos. a diferença é que não enfrentamos nada disso sozinhos.
tava a fim de escrever um manual de "crentês", de expor a felicidade de falar com Deus Pai, de gritar pro mundo todo que a Bíblia predisse todas essas coisas loucas acontecendo atualmente, e que muitas outras virão.
queria dizer que o evangelho, essa coisa de igreja é mt simples e se resume à: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16
somos pecadores
Jesus pagou o preço do nosso pecado
só preciso recebê-Lo como meu Senhor e Salvador
queria dizer todas essas coisas porque passei muito tempo calada, me conformando a esse mundo
queria dizer, quem sabe um dia eu diga...

do filme "Uma razão para cantar"

"Quer fazer Deus rir?
Conte seus planos pra Ele."

José

uns tempos atrás me questionei sobre a validade de apenas "conhecer" as histórias bíblicas. Assim, conhecer por conhecer, sem no fundo estar recebendo uma palavra rhema, sabe, daquelas que saem direto do coração de Deus pra vc. Eu pensei por uns instantes, que não adiantava muito apenas conhecer sobre os personagens bíblicos, os costumes, essas coisas, que era só conhecimento mesmo. Mas aí, a vida, e alguns probleminhas, me fizeram pensar que todo o conhecimento bíblico que despejamos nas pesssoas, e que é tb derramado em nós, é como um reservatório espiritual. Um dia desses, nos seus vales mais profundos, quando vc não está lendo a Bíblia nem nada, Deus vai lá e resgata essas histórias, Ele começa a te fazer lembrar de um dos patriarcas, de Abraão, cuja fé lhe foi imputada por justiça, e aquele homem ou mulher de milhares de anos atrás começa a se tornar um exemplo pra você. Você vai comparando a sua história de vida com a deles. Você recorda, mesmo sem ler tudo de novo, que alguém já sofreu coisa parecida com o que vc sofre e que alguém venceu, então você também pode. No tempo presente, a figura que retorna à minha mente constantemente é José. Alguém passou por maus bocados sem nunca reclamar de seu Senhor. Eu também posso, eu posso guardar a esperança e crer. Eu posso sair de uma luta e entrar em outra, como ele saiu da escravidão à prisão até que o sonho de DEUS se concretizasse na vida dele. Eu posso.

sábado, abril 25, 2009

biblicamente falando

Elas poderiam ter qualquer idade, não sei porque, mas as imagino com mais de 40. Elas poderiam ser lindas, ou de aparência mediana. Contudo, sem mesmo me dirigir a aspectos não recuperáveis de suas histórias, quero falar das parteiras do livro de Êxodo. Faraó ordernara que elas matassem todos os meninos nascidos aos hebreus. Como temiam a Deus, elas desobedeceram à maior e suprema autoridade do Egito e deixaram viver os meninos. Deus vê a atitude dessas mulheres de arriscar o próprio pescoço por temor Dele e faz por elas o que mais ninguém poderia ter feito: constitui-lhes família. Lá no fundo de seus corações, eu tenho certeza que esse era o mais sincero desejo dessas mulheres, talvez (e assim voltam as conjecturas) elas já tinham perdido as esperanças de terem os próprios filhos. Tinham ajudado tantas mães a realizarem os seus sonhos com os seus bebês, mas nunca puderam ter os seus próprios. Quantos bebês nasceram sem que essas mulheres vissem a possibilidade de embalar seus próprios filhos. Mas o Deus, que conhece os detalhes e lê nossas almas mais profundamente que qualquer um, interviu na história. Elas simplesmente tiveram a alegria de serem esposas e mães, mas a alegria dobrada de saber que o próprio Deus, cujas obras são perfeitas, juntou as pecinhas para formar a família da qual agora elas podiam se alegrar. Isso não te faz querer isso também? Que Ele seja o autor da sua história, o pai que te dá em casamento, que concede os filhos, que providencia tudo? A mim faz.

a quem interessar possa:
Êxodo 2:21 "E, porque as parteiras temeram a Deus, ele lhes constituiu família."

João

- Eu só queria ouvir mais um pouquinho. Foram essas as palavras que o menino solitário que João tinha se tornado pensou mas não disse. Na verdade, seus olhos disseram. No recinto onde estava, ninguém ouviu, ninguém foi capaz de ler em seu olhar um clamor somado ao longo dos anos por respostas que cismavam em lhe negar. Nunca conhecera o pai. A mãe, imaturamente, faltava em observar o filho com os olhos do coração. Cenas assim só se repetiam. No momento de que se fala, estava no culto infantil de uma igreja que estava visitando. A professora falava: Deus, amor de Cristo, Ele ama a todos. Mas aí a hora foi passando, o culto acabou, em nome de Jesus, amém, tchau crianças. Gritinhos pelo corredor e lá eles se foram, e as dúvidas coração aflito de João. Ninguém percebeu que ele queria o Salvador. Sua timidez infantil, seu medo de incomodar, fato que comumente lhe atribuíam, não o deixaram pedir ajuda, fazer perguntas, dizer que queria saber mais. O Salvador, contudo, ouviu. Seu encontro com João não tarda, mas tem hora e local certo. (continua...)

quinta-feira, abril 23, 2009

como B. explica A&B

essa necessidade de te escrever, de te recapitular uns momentos me acontece todo o tempo.
o tempo com vc. aprendi que depois de você as coisas começaram a des-andar, a des-aparecer, a des-colorir. vc entrou roubando a atenção, o carinho acumulado e sem destinatário de alguns anos, como alguém que coleta cartas envelhecidas e amareladas duma caixa com poeira. minhas falas antigas, meus ensaios de afeto foram-te entregues em momentos propícios, nos descontroles de minha emoções, enquanto eu me imaginava outra. outra é uma boa palavra. o outro sempre me atraiu. o outro sorriso, o outro carinho, as outras palavras heartfelt (sinceras e profundas) que nunca me tinham como alvo. mas vc chegou e me fez a tal, a protagonista, não apenas a melhor amiga da mocinha nos filmes de comédia romântica, que sofre junto, que ri junto, mas que nunca vive a love story. agora vc é real, respira, fala, reclama, como qualquer cara bom, e verdadeiro, e que sente também. tudo começou a des-andar, quando não segue o teu rítmo, a des-aparecer, porque vc habita tudo nos meus dias, do sonho ao anseio, da lembrança remota ao "déja-vu" mais elaborado. vc faz tudo des-colorir, quando as coisas não obecedem às suas nuances de alegria e intensidade de viver. como eu explico o tempo? como uma entidade contínua que repetidamente me leva a você... como eu explico nós dois? como uma gota d'água que despenca de um desfiladeiro, separada das correntes bravas de uma cachoeira, sozinha na gravidade, seguindo as próprias normas, afastada do mundo cruel e sagaz que parece apagar tudo o que é belo e bom.

quarta-feira, março 18, 2009

Persuasion, de Jane Austen


Qualquer um que passe por esse blog, ou qualquer outro blog, não pode ser assim tão avesso à leitura. "Ler" gera "escrever", que gera "comentar", "pensar", "discutir", e a lista fica longa. Eu não leio tanto quanto gostaria, por conta dos mil afazeres que me ocupam todos os dias, todos mesmo. Contudo, nos últimos dias, na medida do possível, claro, fiz-me de desentendida com algumas coisas (shame on me!) e me permite deliciar-me com as palavras de Jane Austen. Tirei Persuasion do armário e experimentei novamente a sensação de estar presa, acorrentada a um livro.

Fazia tempo que não vivia algo assim, porque quando eu não acerto o livro, a leitura fica chata e é finalmente somada à lista de livros que eu só li um capítulo ou dois. Persuasion, no entanto, consumiu as energias, o tempo e o esforço, mas valeu à pena cada "centavo", rs. A história trata do relacionamento entre Anne Eliot e Captain Wentworth, que depois de um rompimento oito anos atrás, tem a oportunidade de estarem juntos novamente, é delicioso o progresso dos eventos e tudo mais.

De tudo o que me chamou a atenção no livro, quero ressaltar o fato de que me parece que Austen celebra o bem em sua narrativa. Quando eu falo de celebra o bem, eu estou tratando do fato de que ali me parece clara a distinção entre certo e errado, entre bem e mal. Os personagens que agem em benefício próprio, baseados no egoísmo e perspicácia não ficam sem receber certa palavra de desapreço pelo narrador. Chame de moralismo se quiser. Eu gosto. Me cansa esse relativismo todo, quando dizem: depende do ponto de vista, depende das razões, depende, depende. Vou dizer uma coisa, não depende não. Se você ferir alguém, vai machucar, vai doer. Se você usar uma pessoa, ou as emoções dela só para satisfazer seu ego falido e corrompido, a pessoa sofrerá no final. O problema é que ninguém pesa as consequências, ninguém pensa que o que eles fazem com os outros pode voltar para eles mesmos.

Voltando ao livro, me encanta ver que para algum escritor nessa literatura do mundo, o bem já interessou. O bem, a pureza, coisas assim elevadas. Muitos clássicos celebram o suicídio, a revolta contra os pais, a traição, a ganância, o ocultismo, como se ninguém mais pudesse ser diferente. Seria bom se alguém usasse de sua habilidade de escrita para celebrar as características em nós que nos aproximam do Criador, e o efeito que se produz quando alguma de suas criaturas se aproxima dele com coração sincero e quebrantado. E tenho dito!

sexta-feira, março 06, 2009

A. & B.

o que a distinguia das demais era sua força interior. nunca fora escrava de suas circunstâncias, mas, pelo contrário, armava-se de uma coragem que não se sabia de onde vinha, e encarava os fatos. nessa manhã, olhou o rapaz nos olhos enquanto o bombardeava com seus pensamentos. chamou-o de rude, de insensível, disparou todo o seu arsenal de maus adjetivos, seriam mesmo maus, ou apenas o reflexo de alguns meses maus experimentados? chegando ao fim, notou que em seu rosto, no de A., quase não havia expressão, havia algum descontentamento, mas nenhum sinal aparente de contrariedade. tentou fazer com que ele reagisse, mas ele nada dizia. deu uns passos para trás na tentativa de que, achando que ela partiria, ele fizesse alguma coisa. deu certo. ele estendeu a mão, tentando impedi-la. reconciliação. a mão suspensa no ar indicava que ele tinha esperança, nunca tal gesto disse tanto a B. ela aguardou. a face antes inexpressiva deixou mostrar sinais de comoção. uma lágrima. a partir daí, palavras. muitas. corridas. tensas. a partir daí, razões. muitas. coerentes. seu coração encontrando o meu, ele dizia. mas eu não sei dizer, nunca soube, ele anunciou. ela entendeu, como eu e você entenderíamos, que só se tratava de perspectiva, não era rude, não era insensível, mas não era assim que ele sabia amar. não com as palavras. através delas agora, num esforço incrível, ele tentava reaver o tempo perdido, reparar o mal instaurado. nunca esteve tão certo de alguma coisa, nunca fora tão convicto de que B. era sua. e se não conseguisse provar, e se não conseguisse fazê-la sentir o mesmo? o coração batia forte. B. ouvia atenta como se decorando o rapaz. Era a primeira vez que o via assim, vulnerável, tão dela, tão entregue. um aguardava o outro, um esperava que o outro fosse ou desse um pouco mais. nos instantes que se seguiram, sorriram um pouco, falaram um pouco e de novo sentiram paz;

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Mantenha um diário (vai por mim!)

tem um dia na sua vida em que você só precisa escrever para si mesmo. Nesse dia, sua atenção se volta para os cantinhos escondidos do seu coração que tem passado sem cuidado. Nesse dia, você tira a poeira, se depara com lugares não desbravados, chora ou se alegra. Nesse dia você cresce. Nas páginas de seu diário, ou agenda, ou caderno, chamem como quiser, sua persona é impressa de modo indelével. Por mais que você mude, uma vez que registra aqueles pensamentos, está feito, você foi de fato aquela pessoa. Tempos depois, você volta e analisa. Torna-se a ficção de si mesmo, como eu costumo dizer, e se diverte, ou se arrepende, por ter deixado algum bom caminho. Vai por mim, mantenha um diário, pode ser uma experiência maravilhosa.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ânimo, de Eugene H. Peterson


"A imaginação criadora de Jeremias começou a trabalhar quando ele viu aquele oleiro moldando o barro disforme na roda. É provável que Jeremias já tivesse visto muitos oleiros trabalhando antes, mas, naquela ocasião, ele viu algo mais - ele vislumbrou Deus modelando um povo para sua glória. Um povo de Deus. Homens e mulheres criados à imagem divina. Necessários, mas não só isso - belos também. Formosos mas não isso apenas - úteis também. Cada ser humano é um misto de necessidade e liberdade. Não há pessoa que não seja útil, que não tenha seu papel dentro do que Deus está realizando. E não há ninguém que não seja único, dotado de linhas, cores e formas totalmente distintas das que há em qualquer outro."

extraído de Ânimo - o antídoto bíblico contra o tédio e a mediocridade, de Eugene H. Peterson.

por essa e por 181 outras razões (o número de páginas que conta a obra) é que eu recomendo essa obra de Peterson. Jeremias sempre foi um homem da Bíblia que me despertou curiosidade, e, depois de ler Ânimo, eu entendo que há tanto por trás desse profeta de Deus, tantas escolhas, tantos anos de 'serviços prestados' ao Senhor, que o distinguiram da multidão. Leitura recomendada, pelas descobertas bíblicas, e pelo crescimento indubitável proporcionado pelo livro. Pode crer, é daqueles que você lê fazendo caretas de admiração, anotando e sublinhando freneticamente e se perguntando como alguém conseguiu escrever aquilo!

domingo, fevereiro 08, 2009

O Peregrino (e o que eu aprendi com ele)

Vou unir uma recomendação de um filme e alguns pensamentos bem recentes em relação à minha fé. Gostaria que todos assistissem O Peregrino, um dos mais recentes filmes que, felizmente, está circulando o meio gospel nessa nova sede pela sétima arte.
Um "sem palavras" para o filme, que, de maneira grandiosa (na verdade a obra literária de John Bunyan), descreve a jornada do cristão até a morada celestial com Cristo. Assistam, tenho certeza que trará luz e entendimento a vocês como trouxe a mim.
Mudando o foco para a pessoa q vos escreve, gostaria de dizer que o começo do filme em particular, quando Cristão sai de casa sedento por conhecer a cidade celestial, e o Deus que o chamava, me fez entender o quão terrena é minha fé. Para que tenho fé em Deus? Pra conseguir um belíssimo emprego? Pra comprar coisas? Pra ter alguém especial do meu lado? Pra viver uma vida confortável por aqui? Cheia de músicas e filmes e lanches e saídas com pessoas legais? O que isso tem de essencial no Reino? O Reino é essencialmente espiritual, é aqui e é agora, mas é espiritual. O Reino é feito de vidas salvas, de edificação no corpo de Cristo. O reino também é feito "das demais coisas" lá de Mateus 6:33, mas elas não devem ser o meu foco. O foco é: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu Reino e a sua Justiça." Mt 6:33a
Não sei se a minha exposição consegue traduzir o peso da revelação no meu coração. Mas enquanto eu assistia o filme, era como se esse entendimento fosse tomando espaço em meu pensamento e me mostrando que por muitas vezes eu coloco Deus na posição daquele q deve cuidar de todos os meus problemas e me fazer sentir sempre bem. Ele faz isso, mas não é por isso que devo servi-Lo. Devo servi-Lo por que Ele me deu a vida e ao mesmo tempo a resgatou. Devo servi-Lo porque Ele já fez demais por mim, Ele deu seu Filho precioso por mim, sem que eu merecesse.
Nessa caminhada há alguns bônus, como empregos, casamento, filhos, presentes que Ele dá porque me ama, e é um ótimo doador de presentes, ninguém presenteia como Ele (assunto para um outro post).
Todo esse desabafo é uma forma de fazer a verdade "assentar" dentro de mim, e, ao mesmo tempo, dar-me a oportunidade de conhecer o pensamento de outros a esse respeito.
Sei que parte dessa sensação de "shopping center" no Cristianismo de hoje, se dá por conta da sociedade em que vivemos. Mas Ele mesmo nos disse para não nos conformarmos com "esse século", mas renovarmos a nossa mente, mesmo que seja com coisas que alguns já descobriram há algum tempo. Como o John Bunyan que há tanto tempo escreveu esse livro numa prisão.

e veja bem o que a Palavra diz sobre isso:

"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens." I Coríntios 15:19

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

"Tia, qual é o tema da aula?

domingo, 25 de janeiro. Subo ao departamento infantil só pra ver se tá tudo bem. Não estava, duas classes sem professor. Reúno as crianças e começo algo que nem sei o que é. Nem tem como buscar as coisas lá no templo. Nem saio mais da sala, sou eu e só eu. Oramos, cantamos algumas músicas que vinham aleatórias. Tudo meio que no improviso. Eu canto e ministro alguma coisa. Uma das crianças me pergunta: "Tia, isso é o louvor ou a história?" Eu respondo: "É que eu gosto de misturar mesmo" (foi nesse momento que eu me dei conta disso).
Com o passar do tempo, uma menina interessada, com um bloquinho e caneta pergunta: "Tia, qual é o tema da aula?" "Depois eu falo..." Não havia tema. Achei que eles tinham percebido que caí ali de pára-quedas. Mais tarde ela me lança a mesma pergunta. Como eu ainda não tinha um tema, deixei que ela entendesse que tudo o que estava sendo feito ali era simultâneo com o que Deus me mandava fazer. "Está vindo direto, Carol." Na hora da mensagem, pedi que eles abrissem em Gênesis (que estava sendo a minha leitura daqueles dias), sem saber em que capítulo, enquanto folheava a minha Bíblia procurando uma passagem com algum comentário meu e que "combinasse" para ministrar a eles. Me deparei com a passagem de Esaú e Jacó, com uma frase escrita por mim (era: "Num momento corriqueiro"). Achava que seria bom dizer para eles, que muitas vezes somos tentados a pecar em momentos muito comuns de nossas vidas, como aquele momento para Esaú e Jacó (o primeiro voltava de uma caçada, como sempre, e o outro estava cozinhando, nada anormal).
De qualquer maneira, enquanto prosseguia com a mensagem, não foi por aí que fui levada a falar. Deus me ensinou um pouco mais sobre não desprezar a bênção. Falei com as crianças, enquanto Deus falava comigo, que não devemos desprezar aquilo que só Deus pode fazer por nós. As bênçãos que Ele tem guardado para nós, nós mesmos nunca poderemos "reproduzir", não devemos nem por um segundo compará-las às coisas desse mundo. Foi maravilhoso aquele domingo. E então eu finalmente disse para a Carol: "Taí o tema, Carol. Eu não vou desprezar a minha bênção."

Queria que momentos como esse se repetissem sempre. São esses momentos na verdade que me dão a sensação de que estou no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas, fazendo a coisa certa. Algo pra se pensar, né?
Entrar numa sala como aquela e ter de 15 a 20 mentes completamente dispostas a te ouvir (algumas mais outras menos) é algo que deve ser valorizado. É a minha chance mensal de edificar, de plantar as sementes certas naqueles corações. E isso eu não posso desprezar, não posso desprezar a alegria e a bênção que é ser um educadora cristã.
Seja lá o que for que vc tenha como ministério, não o despreze, esmere-se em cumprir o seu chamado, em ser o que Deus te criou para ser.
Salut!

sábado, janeiro 31, 2009

"Não temas, Crê somente."

Depois de uns tempos sem postar, na verdade, na impossibilidade de um momento propício para isso, queria deixar aqui um post que me ocorreu dia desses enquanto lia a Palavra. Estou no propósito de um plano de leitura bíblica anual. Não dá pra explicar o quão revelador e deslumbrante tem sido seguir esse plano. Algumas sutilezas da Palavra de Deus tem se mostrado a mim, através, é claro, do Espírito Santo. Coisas que eu não lia há muito tempo, tomaram forma de uma maneira muito especial.
Por outro lado, houve momentos, e principalmente na leitura de Gênesis, em que fui "desafiada" a não crer. Já parou pra ler com os "olhos humanos" a narrativa de um Deus que cria coisas imensas e super elaboradas, como os oceanos, ou luminares, só com o som da sua voz? "E disse Deus..."? Não vou negar que fui tentada.
Estou terminando a minha faculdade de Letras. E, assuntos como religião e ciência, coisas assim, me interessam muitíssimo. E na hora da minha leitura, fui confrontada em tantas passagens que me custa agora recordar. Admito que lutei com pensamentos que colocavam em dúvida a autoria e o relato do Gênesis, etc e tal. Não vou transcrevê-los aqui, nem quero confundir vc, caríssimo leitor, mas é importante relatar o fato.
Felizmente, o final é positivo. Não houve algum terremoto, ou nenhuma voz vinda diretamente do céu me dizendo que eu deveria crer e tal, mas durante os curtos minutos do confronto, me agarrei à minha FÉ.
FÉ é "a convicção de fatos que não se vêem". Não estive lá quando Deus criou o Universo, não estive lá quando confundiu as línguas em Babel. Mas de uma coisa eu faço, e decido: ACREDITAR.
Para ter fé é necessário ser meio louco. É preciso abrir mão da sua ciência "humana", literalmente humana, falha, furada, mas que te traz uma baita "segurança", (penso, logo existo), pra se fazer indouto, incapaz, e se render à sabedoria de Deus, infalível, que surpreende, que incomoda. Já disse aqui, e vou dizer de novo: Ele, o Senhor Todo-Poderoso, não segue a sua lógica.
Todo esse pano de fundo, é pra propor o real objetivo desse post, que é, realçar o fato de que em toda a Bíblia, há passagens em que é mais forte a necessidade de se aplicar a fé para sobreviver. Por exemplo, há pessoas que lêem os Salmos e se sentem bem. Que ouvem um provérbio ou outro, ou até que acreditam nas profecias bíblicas sobre o fim dos tempos, mas que se contorcem de pensar num Deus que abriu o mar, ou que colocou uma família liderada por um ancião numa arca, enquanto toda a humanidade se afogava.
Para essas circunstâncias é mais do que necessário aplicar a fé, e se lançar sem reservas no inusitado de Deus, no âmbito do sobrenatural.
Que os olhos dessa menina aqui que lê não desejem diminuir o poder e o amor de seu Deus. Que o coração dessa leitora apaixonada pela Palavra respeite o peso das asseverações divinas e as leve ao maior grau de credibilidade. Que todas as estratégias de interpretação que essa leitora aplica sejam fruto de uma intimidade que reverencia e tem em alto nível de devoção Aquele que fala, a Autoridade, Supremo, Excelso, Senhor de tudo.
Que a Palavra de Jesus ao pai de uma menina morta (Jairo) quando Ele está prester a ressuscitá-la, que é: "Não temas. Crê somente", seja o seu alvo, leitor. Não temas estar enganado, não temas estar sozinho no Universo, não temas perder o sentido da vida, "crê somente". De ti não é pedido mais nada, além de: "Crê somente." Faça o seu papel, entregue a Ele o que lhe é devido: a sua fé. Nessa sociedade, Ele entra com o sobrenatural, com o divino, e a vc é pedido que "tenha fé".
"O justo viverá pela fé." Habacuque 2:4
"Sem fé é impossível agradar a Deus." Hebreus 11:6
e por aí vai...

P.S.: Esse assunto de fé ainda rende outro post. Até, então.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Anunciação - de Tanja Butler

há uma revista muito interessante que descobri há um tempo na web Comment Magazine.
É o tipo de revista que trata dos assuntos da fé cristã, arte, mundo acadêmico, etc.
A última edição dessa revista traz esse quadro, de Tanja Butler, chamado Anunciação. Uma primeira olhada despreocupada nessa obra não me revelou muita coisa, mas quando li a descrição na revista, fiquei mesmo encantada. Pedi permissão à artista e ela me concedeu reproduzir a imagem aqui.
Basicamente, o que me atraiu foram as cores fortes e o tema bíblico. Mas com a leitura da crítica no site, soube que a imagem mostra um momento de intercessão entre a eternidade e nosso tempo, humano. Gabriel vem até Maria para dizer que ela tinha sido escolhida para ser a mãe de Jesus. A parte de cima da tela mostra o mundo eterno, enquanto a parte de baixo é a parte da humanidade.
Você pode reparar que há uma escada, como que se mostrasse que através do plano perfeito de Deus, haveria um caminho, O Caminho, Jesus, o que também é sinalizado pela porta que separa Gabriel e Maria.
Talvez houvesse mais detalhes a serem explorados, mas o mais importante para mim é começar a investigar esse mundo, de gente que trabalha algo tão lindo e refinado como a pintura, para a glória de Deus.
No meio cristão evangélico, essa tem sido uma questão meio que deixada de lado, pelo menos no nosso contexto brasileiro. Não sei bem "cristã/o quê" é a artista, mas o que importa é que eu realmente acredito que a arte é algo inerentemente humano, que nos foi dado por Deus e que devíamos usar isso para a glória Dele! Mas ainda há muito para eu aprender.

p.s: você pode ver mais dessa artista nesse link.

© Copyright 2009 Tanja Butler
Oil, acrylic and gold leaf on panel
10" x 5" x 2"
2005

segunda-feira, janeiro 05, 2009

.autores de ficção cristã.

Jogando palavras ao vento (no google), me deparei com essa lista mais que interessante de autores de ficção cristã. Óbvio que poucos desses estão traduzidos, mas para quem realmente gosta, fica aí a dica, como uma grande referência para pesquisas futuras.
esse é o link!

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Ano Novo (novo mesmo?)

O novo implica mudança. Repetidamente celebramos o Ano Novo sem que de fato nos presenteemos com um. No suposto Ano Novo, temos a cômoda alegria de repetir antigos hábitos, às vezes, maus ou inadequados hábitos, e assim, chegamos ao fim do ano com uma réplica do ano anterior. Por isso, é bom ouvir certos "toques" de alguns que já falaram algo sobre mudança. Isso aqui eu retirei do livro Talento Não É Tudo, de John C. Maxwell.

"Eis o que você deve procurar e como focar sue energia para conseguir os tipos de mudanças que irão transformá-lo para melhor:
  • Não mude apenas o suficiente para fugir de seus problemas - mude o suficiente para resolvê -los.
  • Não mude suas circunstâncias para melhorar sua vida - mude-se a si mesmo para melhorar as circunstâncias.
  • Não faça as mesmas coisas velhas esperando obter resultados diferentes - obtenha resultados diferentes fazendo algo novo.
  • Não espere ver a luz para mudar - comece a mudar assim que sentir a pressão.
  • Não veja a mudança como algo prejudicial que deve ser feito - veja-a como algo útil que pode ser feito.
  • Não evite pagar o preço imediato da mudança - do contrário, você pagará o preço alto de nunca melhorar."
É só uma coisa que eu li e achei propício para esse tempo que sempre nos causa alguma reflexão.
Feliz "Novo" 2009 a todos!
Que o novo de Deus tome lugar na vida e nos planos de vocês.