domingo, agosto 09, 2009

"untitled"

alguns posts saem da gente quando estamos amargando algum sentimento. essas palavras quase não queriam ser ditas, quase que fugiam à nossa percepção, como se quisessem manter a nossa visão "perfeitinha" de nós mesmos. mas tem uma hora que toda a farsa se torna impossível. há momentos daqueles em que nosso eu se revela diante dos nossos olhos como uma aberração cuja origem ignoramos. na estrada desses dias já esbarrei com uma angústia, já topei com um saudosismo, com a sensação de que "perdi alguma coisa", de que deixei algo passar. cheguei a dizer: "posso começar de novo?". mas nessa mesma estrada, algo me chamou a atenção. enquanto eu lamuriava os anos que não voltam, vi como se fossem estátuas de homens e mulheres. as plaquinhas indicavam ser pessoas célebres, alguns na mesma estrada que eu, parávam e admiravam com certo temor a histórias das tais pessoas. parei também. e deixei o meu coração ser acariciado e tratado pela vida de José, Rute, Davi, Moisés e Paulo. tantos outros montavam o cenário, tantos que me perdi. mas dentre eles, um nome, não uma estátua, mas um nome, gravado alto, que se via de longe, projetava sua sombra sobre todos os monumentos. Jesus Cristo, nome sobre todo nome. e mesmo que ninguém explicasse, mesmo que não houvesse ninguém ali pra indicar a razão, todos, no seu íntimo, sabiam o porque Daquele nome. todos sabiam que Ele era o princípio, o meio e a finalidade última da existência daqueles homens, mesmo daqueles que nem do seu nome haviam ouvido falar em vida. o conjunto da obra imprimia nos corações e mentes o entendimento de que era assim mesmo para toda a humanidade. pouco a pouco, pessoas comuns, com vidas nada extraordinárias, começaram a olhar para si mesmas, comparando-se àqueles homens e mulheres. viram que a dor que sentiam muito se parecia com a dor daqueles homens. viram que eles venceram e foram cheios de ânimo e vigor. eu, assim como eles, na perda de mim mesma, na angústia revelada nas palavras escondidas, me permiti ter esperança. estendi a mão num ato remissor de mim mesma. logo um canto brotou em meus lábios, logo um sorriso me surpreendeu. embora tudo isso se misturasse ao medo, numa luta pela minha atenção, fui deixando ser embalada pela canção de vitória daqueles homens, verdadeiros heróis da fé. heróis em meio à dor, em meio à perseguição, em meio à falta. eles conseguiram, creio que, assim como eles, em Jesus, eu consigo também.

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