sou assaltada por um senso de justiça todo meu. Parece que desde criança me comporto como uma daquelas pessoas certinhas, que sabem o que é certo fazer em cada situação. O que poderia ser minha maior virtude, torna-se a minha cruz. Se todo esse senso me fizesse corresponder às situações da vida com maior propriedade, eu não teria muitos problemas. No entanto, a coisa começa a se complicar quando eu acho que esse senso de justiça e retidão se aplica a todo mundo. Há, por exemplo, situações que para mim soam como óbvias, como se tivessem respostas claras e evidentes do que se fazer, mas que os outros parecem não enxergar ou agir de acordo com elas.
Não acho que esteja sendo muito transparente nessa exposição, mas é um problema claramente identificado em meus relacionamentos com pessoas com as quais eu me considero "apta a aconselhar". E aí, exatamente porque o meu senso de retidão é tão expressamente "dado", eu tento dizer a alguém o que fazer, mas não possuo argumentos convincentes. Talvez esteja mesmo certa em minhas opiniões, (e abrindo um parênteses, não é de tudo que eu realmente entendo, às vezes eu acho que entendo), mas isso não me qualifica a sair por aí dando pitacos na vida alheia, nem ao menos a formatar padrões de conduta para todo mundo. Não dei muito trabalho pra ninguém quando criança ou quando adolescente. Não saía por aí brigando com todo mundo, (só às vezes, rs), nem ao menos aprontava coisas na rua ou no colégio, e isso fez de mim "a certinha", aquela que os pais dos colegas da igreja costumavam dizer: "Anda com ela, que ela é boazinha, que é menina de Deus" (coisas assim).
Vou afirmar expressamente: não me arrependo disso, não havia outra maneira possível de eu me conduzir. Mas acho que sempre quis gritar pelos quatro cantos do mundo como isso lança uma pressão negativa no cara que é "o certinho". O resto dos amigos não quer "recebê-lo" no grupo, e além disso, ele acaba recebendo um padrão que tem que manter, sem sair da linha pra não desapontar a ninguém. Todo esse contexto confuso, o senso de justiça, a expectativa dos "mais velhos", me tornou intolerante. Algumas pessoas que amo muito já me disseram que ao simples sinal de erro, estou pronta a acusar outros, a apontar suas falhas, a cobrar um pouco mais.
E, pra piorar ainda mais, me fez uma pessoa que quase não gosta de ouvir "repreensões". Simplesmente me acostumei a estar certa. E aí, parece que qualquer inadequação no meu comportamento já deve ser do meu conhecimento antes que alguém venha me chamar a atenção. Ai, momento crítico em que me deparo com a dura realidade da minha existência. É claro que há exceções, há momentos em que ouço as repreensões muito bem, assim como há momentos em que não dou a mínima para qualquer coisa desagradável que alguém faça, mas não é sempre.
Tudo isso que estou a explanar é uma questão central da minha existência. Os amigos nos desapontam, pessoas que amamos fazem escolhas que não aprovamos e o que fazemos com elas? Nós as proibimos de agir assim? Deixamos de falar com elas? O que se faz quando a pessoa que tanto queremos bem não dá a mínima para o que é bom e certo? O que Deus faz? Ele espera. Como o pai do filho pródigo esperou, esperou com certeza assim de uma varanda, ficou de prontidão olhando ao longe o filho retornar. Outra coisa, Deus não aponta o dedão nas nossas caras. Ele ama. Ele conhece o que é bom e reto. Ele nos deu a sua lei, mas nos ama, com todas as falhas, o pacote completo. Ele não me tacha "pecadora" com uma tarja preta e me joga fora. Mas o sangue do Seu Filho me purifica de todo pecado se eu o confessar. Deus não é acusador. Essa é uma característica do seu oponente. Dói enquanto escrevo esse post, me pergunto se devo publicar, e acho que sim, porque é um dos mais sinceros "ever".
Se todas essas linhas servem de alguma coisa, elas servem para me fazer "enxergar" o mal (1º passo), confessá-lo (2º passo) e abandoná-lo (3º passo). Não julgo que será tão fácil assim, afinal são anos de "farisaismo",rs. Tira o argueiro primeiro do teu olho. São muitos dias de reflexão, de insights, até o incidente de hoje com uma pessoa que amo muito, de quem cuidei por um tempo no ministério infantil, mas cujo o crescimento rápido está me assustando. Talvez eu não entenda o momento dessa pessoa, mas numa dessas, sem saber falar, cuidar ou discipular, a gente pode magoar pessoas que amamos tanto. (mas que a pessoa saiba, que tudo que foi dito, mesmo que de maneira embolada, foi por amor).
Acho que já deu uma baita de uma confissão e as lições seguirão gravadas a ferro quente no meu coração. Que Deus tenha misericórdia dessa alma intolerante, que precisa aprender de fato que a horde de pecadores e injustos começa com seu próprio nome. Lembra de Paulo: "que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." I Tm 1:15
Não acho que esteja sendo muito transparente nessa exposição, mas é um problema claramente identificado em meus relacionamentos com pessoas com as quais eu me considero "apta a aconselhar". E aí, exatamente porque o meu senso de retidão é tão expressamente "dado", eu tento dizer a alguém o que fazer, mas não possuo argumentos convincentes. Talvez esteja mesmo certa em minhas opiniões, (e abrindo um parênteses, não é de tudo que eu realmente entendo, às vezes eu acho que entendo), mas isso não me qualifica a sair por aí dando pitacos na vida alheia, nem ao menos a formatar padrões de conduta para todo mundo. Não dei muito trabalho pra ninguém quando criança ou quando adolescente. Não saía por aí brigando com todo mundo, (só às vezes, rs), nem ao menos aprontava coisas na rua ou no colégio, e isso fez de mim "a certinha", aquela que os pais dos colegas da igreja costumavam dizer: "Anda com ela, que ela é boazinha, que é menina de Deus" (coisas assim).
Vou afirmar expressamente: não me arrependo disso, não havia outra maneira possível de eu me conduzir. Mas acho que sempre quis gritar pelos quatro cantos do mundo como isso lança uma pressão negativa no cara que é "o certinho". O resto dos amigos não quer "recebê-lo" no grupo, e além disso, ele acaba recebendo um padrão que tem que manter, sem sair da linha pra não desapontar a ninguém. Todo esse contexto confuso, o senso de justiça, a expectativa dos "mais velhos", me tornou intolerante. Algumas pessoas que amo muito já me disseram que ao simples sinal de erro, estou pronta a acusar outros, a apontar suas falhas, a cobrar um pouco mais.
E, pra piorar ainda mais, me fez uma pessoa que quase não gosta de ouvir "repreensões". Simplesmente me acostumei a estar certa. E aí, parece que qualquer inadequação no meu comportamento já deve ser do meu conhecimento antes que alguém venha me chamar a atenção. Ai, momento crítico em que me deparo com a dura realidade da minha existência. É claro que há exceções, há momentos em que ouço as repreensões muito bem, assim como há momentos em que não dou a mínima para qualquer coisa desagradável que alguém faça, mas não é sempre.
Tudo isso que estou a explanar é uma questão central da minha existência. Os amigos nos desapontam, pessoas que amamos fazem escolhas que não aprovamos e o que fazemos com elas? Nós as proibimos de agir assim? Deixamos de falar com elas? O que se faz quando a pessoa que tanto queremos bem não dá a mínima para o que é bom e certo? O que Deus faz? Ele espera. Como o pai do filho pródigo esperou, esperou com certeza assim de uma varanda, ficou de prontidão olhando ao longe o filho retornar. Outra coisa, Deus não aponta o dedão nas nossas caras. Ele ama. Ele conhece o que é bom e reto. Ele nos deu a sua lei, mas nos ama, com todas as falhas, o pacote completo. Ele não me tacha "pecadora" com uma tarja preta e me joga fora. Mas o sangue do Seu Filho me purifica de todo pecado se eu o confessar. Deus não é acusador. Essa é uma característica do seu oponente. Dói enquanto escrevo esse post, me pergunto se devo publicar, e acho que sim, porque é um dos mais sinceros "ever".
Se todas essas linhas servem de alguma coisa, elas servem para me fazer "enxergar" o mal (1º passo), confessá-lo (2º passo) e abandoná-lo (3º passo). Não julgo que será tão fácil assim, afinal são anos de "farisaismo",rs. Tira o argueiro primeiro do teu olho. São muitos dias de reflexão, de insights, até o incidente de hoje com uma pessoa que amo muito, de quem cuidei por um tempo no ministério infantil, mas cujo o crescimento rápido está me assustando. Talvez eu não entenda o momento dessa pessoa, mas numa dessas, sem saber falar, cuidar ou discipular, a gente pode magoar pessoas que amamos tanto. (mas que a pessoa saiba, que tudo que foi dito, mesmo que de maneira embolada, foi por amor).
Acho que já deu uma baita de uma confissão e as lições seguirão gravadas a ferro quente no meu coração. Que Deus tenha misericórdia dessa alma intolerante, que precisa aprender de fato que a horde de pecadores e injustos começa com seu próprio nome. Lembra de Paulo: "que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." I Tm 1:15