sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Mantenha um diário (vai por mim!)

tem um dia na sua vida em que você só precisa escrever para si mesmo. Nesse dia, sua atenção se volta para os cantinhos escondidos do seu coração que tem passado sem cuidado. Nesse dia, você tira a poeira, se depara com lugares não desbravados, chora ou se alegra. Nesse dia você cresce. Nas páginas de seu diário, ou agenda, ou caderno, chamem como quiser, sua persona é impressa de modo indelével. Por mais que você mude, uma vez que registra aqueles pensamentos, está feito, você foi de fato aquela pessoa. Tempos depois, você volta e analisa. Torna-se a ficção de si mesmo, como eu costumo dizer, e se diverte, ou se arrepende, por ter deixado algum bom caminho. Vai por mim, mantenha um diário, pode ser uma experiência maravilhosa.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ânimo, de Eugene H. Peterson


"A imaginação criadora de Jeremias começou a trabalhar quando ele viu aquele oleiro moldando o barro disforme na roda. É provável que Jeremias já tivesse visto muitos oleiros trabalhando antes, mas, naquela ocasião, ele viu algo mais - ele vislumbrou Deus modelando um povo para sua glória. Um povo de Deus. Homens e mulheres criados à imagem divina. Necessários, mas não só isso - belos também. Formosos mas não isso apenas - úteis também. Cada ser humano é um misto de necessidade e liberdade. Não há pessoa que não seja útil, que não tenha seu papel dentro do que Deus está realizando. E não há ninguém que não seja único, dotado de linhas, cores e formas totalmente distintas das que há em qualquer outro."

extraído de Ânimo - o antídoto bíblico contra o tédio e a mediocridade, de Eugene H. Peterson.

por essa e por 181 outras razões (o número de páginas que conta a obra) é que eu recomendo essa obra de Peterson. Jeremias sempre foi um homem da Bíblia que me despertou curiosidade, e, depois de ler Ânimo, eu entendo que há tanto por trás desse profeta de Deus, tantas escolhas, tantos anos de 'serviços prestados' ao Senhor, que o distinguiram da multidão. Leitura recomendada, pelas descobertas bíblicas, e pelo crescimento indubitável proporcionado pelo livro. Pode crer, é daqueles que você lê fazendo caretas de admiração, anotando e sublinhando freneticamente e se perguntando como alguém conseguiu escrever aquilo!

domingo, fevereiro 08, 2009

O Peregrino (e o que eu aprendi com ele)

Vou unir uma recomendação de um filme e alguns pensamentos bem recentes em relação à minha fé. Gostaria que todos assistissem O Peregrino, um dos mais recentes filmes que, felizmente, está circulando o meio gospel nessa nova sede pela sétima arte.
Um "sem palavras" para o filme, que, de maneira grandiosa (na verdade a obra literária de John Bunyan), descreve a jornada do cristão até a morada celestial com Cristo. Assistam, tenho certeza que trará luz e entendimento a vocês como trouxe a mim.
Mudando o foco para a pessoa q vos escreve, gostaria de dizer que o começo do filme em particular, quando Cristão sai de casa sedento por conhecer a cidade celestial, e o Deus que o chamava, me fez entender o quão terrena é minha fé. Para que tenho fé em Deus? Pra conseguir um belíssimo emprego? Pra comprar coisas? Pra ter alguém especial do meu lado? Pra viver uma vida confortável por aqui? Cheia de músicas e filmes e lanches e saídas com pessoas legais? O que isso tem de essencial no Reino? O Reino é essencialmente espiritual, é aqui e é agora, mas é espiritual. O Reino é feito de vidas salvas, de edificação no corpo de Cristo. O reino também é feito "das demais coisas" lá de Mateus 6:33, mas elas não devem ser o meu foco. O foco é: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu Reino e a sua Justiça." Mt 6:33a
Não sei se a minha exposição consegue traduzir o peso da revelação no meu coração. Mas enquanto eu assistia o filme, era como se esse entendimento fosse tomando espaço em meu pensamento e me mostrando que por muitas vezes eu coloco Deus na posição daquele q deve cuidar de todos os meus problemas e me fazer sentir sempre bem. Ele faz isso, mas não é por isso que devo servi-Lo. Devo servi-Lo por que Ele me deu a vida e ao mesmo tempo a resgatou. Devo servi-Lo porque Ele já fez demais por mim, Ele deu seu Filho precioso por mim, sem que eu merecesse.
Nessa caminhada há alguns bônus, como empregos, casamento, filhos, presentes que Ele dá porque me ama, e é um ótimo doador de presentes, ninguém presenteia como Ele (assunto para um outro post).
Todo esse desabafo é uma forma de fazer a verdade "assentar" dentro de mim, e, ao mesmo tempo, dar-me a oportunidade de conhecer o pensamento de outros a esse respeito.
Sei que parte dessa sensação de "shopping center" no Cristianismo de hoje, se dá por conta da sociedade em que vivemos. Mas Ele mesmo nos disse para não nos conformarmos com "esse século", mas renovarmos a nossa mente, mesmo que seja com coisas que alguns já descobriram há algum tempo. Como o John Bunyan que há tanto tempo escreveu esse livro numa prisão.

e veja bem o que a Palavra diz sobre isso:

"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens." I Coríntios 15:19

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

"Tia, qual é o tema da aula?

domingo, 25 de janeiro. Subo ao departamento infantil só pra ver se tá tudo bem. Não estava, duas classes sem professor. Reúno as crianças e começo algo que nem sei o que é. Nem tem como buscar as coisas lá no templo. Nem saio mais da sala, sou eu e só eu. Oramos, cantamos algumas músicas que vinham aleatórias. Tudo meio que no improviso. Eu canto e ministro alguma coisa. Uma das crianças me pergunta: "Tia, isso é o louvor ou a história?" Eu respondo: "É que eu gosto de misturar mesmo" (foi nesse momento que eu me dei conta disso).
Com o passar do tempo, uma menina interessada, com um bloquinho e caneta pergunta: "Tia, qual é o tema da aula?" "Depois eu falo..." Não havia tema. Achei que eles tinham percebido que caí ali de pára-quedas. Mais tarde ela me lança a mesma pergunta. Como eu ainda não tinha um tema, deixei que ela entendesse que tudo o que estava sendo feito ali era simultâneo com o que Deus me mandava fazer. "Está vindo direto, Carol." Na hora da mensagem, pedi que eles abrissem em Gênesis (que estava sendo a minha leitura daqueles dias), sem saber em que capítulo, enquanto folheava a minha Bíblia procurando uma passagem com algum comentário meu e que "combinasse" para ministrar a eles. Me deparei com a passagem de Esaú e Jacó, com uma frase escrita por mim (era: "Num momento corriqueiro"). Achava que seria bom dizer para eles, que muitas vezes somos tentados a pecar em momentos muito comuns de nossas vidas, como aquele momento para Esaú e Jacó (o primeiro voltava de uma caçada, como sempre, e o outro estava cozinhando, nada anormal).
De qualquer maneira, enquanto prosseguia com a mensagem, não foi por aí que fui levada a falar. Deus me ensinou um pouco mais sobre não desprezar a bênção. Falei com as crianças, enquanto Deus falava comigo, que não devemos desprezar aquilo que só Deus pode fazer por nós. As bênçãos que Ele tem guardado para nós, nós mesmos nunca poderemos "reproduzir", não devemos nem por um segundo compará-las às coisas desse mundo. Foi maravilhoso aquele domingo. E então eu finalmente disse para a Carol: "Taí o tema, Carol. Eu não vou desprezar a minha bênção."

Queria que momentos como esse se repetissem sempre. São esses momentos na verdade que me dão a sensação de que estou no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas, fazendo a coisa certa. Algo pra se pensar, né?
Entrar numa sala como aquela e ter de 15 a 20 mentes completamente dispostas a te ouvir (algumas mais outras menos) é algo que deve ser valorizado. É a minha chance mensal de edificar, de plantar as sementes certas naqueles corações. E isso eu não posso desprezar, não posso desprezar a alegria e a bênção que é ser um educadora cristã.
Seja lá o que for que vc tenha como ministério, não o despreze, esmere-se em cumprir o seu chamado, em ser o que Deus te criou para ser.
Salut!