sábado, julho 26, 2008

como B. explica a linguagem

"A linguagem = nem sei se eu a tenho ou se ela me controla. Sinto agonia tem vezes. Quero dizer, rrrr, mas não consigo, não sai, não corresponde ao que imaginei. Luto com as palavras. Sempre. Eu volto. Tento apagar, passar uma borracha mental naquilo que saiu estorvado. Gosto de expressar, de ser exata, de desenhar com letras e de te dar uma imagem do meu coração. Sem romancear. Só para dizer. Dizer. Libertário. Quero falar mais e tu queres me ouvir. Alcancei teu coração com essas palavras meigas que bolei, arquitetei no cantinho do meu quarto. Eu invento, baby. Faço um fingere do real das minhas emoções pra você ler. Finjo, mas não minto, sacas? Amo-te assim como existo, relação de conformidade, causalidade, consequência, temporalidade, condicionalidade, ou seja, tudo que as adverbiais me permitem. Você está entendendo? Meu amor é daqueles que me obriga a dizer, amo assim, com palavras calculadamente pronunciadas, pra te agradar. Uma linguagem facista que obriga a dizer, (como ensina Barthes) assim como um amor facista que não me deixa opção além de te amar e de te querer. Vês? Não queria romancear. Mas não me restam alternativas. Sou obrigada a dizer. a amar. a fingir, poeticamente, claro. Obriga-me a tua leitura a acabar isso aqui com um final legal, mas ele não há. Nem a leitura há, afinal. Oras, só estou pensando! E outra, já chegou o ponto. Vou descer do ônibus."


"A língua, como performance da linguagem, não é nem reacionária nem progressista; ela é simplesmente fascista; porque o fascismo, não é impedir de dizer, é obrigar a dizer"Leçon inaugurale au Collège de France, 1977

sábado, julho 19, 2008

o que é viver: através das minhas últimas vivências


fazendo um breve account dos últimos dias: entrei de férias na facul. fiz treinamento num curso de inglês. estou preparando a Classe de Cinco Dias (programa evangelístico para crianças). fui num show da Fernanda Brum (amei). sumi do blog. Deus curou meu coração. chorei um bocado. sofri mais um tanto. abri meu coração. estou crendo para além das evidências. sou mais crente do que antes. amo ainda mais o meu Deus. Ele se tornou mais real. adquiri mais clareza ainda sobre o chamado. me decepcionei com uma pessoa (aff). aprendi que a vida é assim mesmo. amo ainda mais essa mesma pessoa. Deus se provou como PAI. admiro ainda mais minha família pastoral. me consumi de tanta coisa pra fazer. fiquei sem tempo até pra pensar. aprendi coisas novas. tive algumas idéias brilhantes. a modéstia me abandonou. agora consigo falar um pouco mais de mim mesma. Como dá pra ver, quase nada aconteceu! rs, mas viver é ver coisas, é aprender tudo, é sofrer também, é rir de bobeiras. viver é estar disposta a botar a cara na telinha e não se intimidar. Viver é se arriscar numa aventura incerta. É se surpreender com o ser humano imerso no pecado, mas também se surpreender com aqueles que mergulham no Senhor e em sua santidade. Viver é ser capaz de ver e refletir, de digerir o que está ao redor. Sem reflexão, sem crítica , a gente só existe.

segunda-feira, julho 07, 2008

o sonho da Biblioteca Infantil

Sempre sonhei em implantar uma biblioteca infantil na minha igreja. Mas sempre houve muitos empecilhos a isso. Então, antes que durmisse no ponto de tanto esperar, comecei a emprestar os livros para as crianças em caráter experimental, pra ver se eles demonstram responsabilidade (o que se provou verdadeiro apenas para algumas crianças), e pra começar de fato, porque desde o momento em que anunciei a eles que iniciaria uma biblioteca, eles não pararam de perguntar.
Em suma, a experiência está sendo ma-ra-vi-lho-sa. Há crianças que já leram quatro livros. Falta livros de qualidade pra emprestar. Começa a se despertar o gosto pela leitura nestes pequenos. Estou amando isso tudo. Fico cheia de alegria quando aparece uma criança dizendo que quer pegar um livro na Biblioteca. E olha que nem estou divulgando tanto!
Como mencionei antes, a biblioteca ainda funciona em caráter experimental. Não há registros ainda, ou coisas do tipo. Nem há um nome ainda. Por isso, estou aberta a sugestões para quem tiver.
Por hora, só posso dizer que é um dos meus sonhos mais profundos que se realiza. Eu sei por experiência de vida, a importância que o contato com livros na infância pode fazer.
Quero que as crianças que Deus nos deu para cuidar conheçam livros cristãos, de ficção ou não, que sejam de qualidade.
Outro projeto que está em meu coração é o de abrir espaço para livros escritos pelas próprias crianças para que sejam lidos pelos amiguinhos e até pelos adultos. Tudo isso faz parte do projeto de Departamento Infantil que está no meu coração, alcançar a vida da criança nos mais diversos aspectos.

quinta-feira, julho 03, 2008

Escola Bíblica de Férias - vídeo

Muita gente acaba parando aqui no blog por conta do vídeo que eu fiz para a Escola Bíblica de Férias no ano passado. Muitos outros pedem se eu poderia ceder o vídeo. Bom, coloquei no 4shared e vcs podem baixar livremente. Espero que todos que me pediram o vídeo tenham a possibilidade de baixá-lo. Só tive chance de "upar" agora.

o link =
http://www.4shared.com/file/53778661/67b3b969/ebf_filme1_00019.html

terça-feira, julho 01, 2008

como B. explica a saudade

"Mas você cisma em me escapar. Eu retorno, eu insisto, te procuro. Mas você persiste em escapar. É a tua memória que eu quero, o teu sorriso que esquenta, a tua voz macia. Mas não me recorda, porque você cisma em me escapar. É como se o cometa fugisse ao Pequeno Príncipe. É como se a sombra fugisse àquele que a produz. Você cisma em me escapar, mas não é capaz. O tempo fez isso. A distância fez isso. E tento tanto te recuperar, mas você cisma. Cismadamente meu. Meu poder em te reconstruir já é maior, hábil pela prática. Penso você, como obra da mente, da lembrança duvidosa. Quero memória viva, falante, presente e capaz de te fazer real. Mas calma que o amanhã bate à porta. Nem faz tanto tempo assim desde o último instante. É que nada substitui o teu real, a minha ficção me serve por instantes, mas nada é como a tua vivência. É que as memórias me escapam, como borboletas avessas à rede, como areia pelos dedos. É o teu estar que poetiza a minha vida, que me entrega canções de manhã cedo e que me dá olhares curiosos pela felicidade que mal se explica."