sexta-feira, novembro 18, 2011

Tragédia


"Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião.
Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas,
pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião.
Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?" Salmos 137.1-4


Os judeus estão sem pátria.
Os muros derrubados, o templo queimado, a glória de Israel se foi.
Na Babilônia, os opressores pedem canções, pois querem o melhor daquele povo rebelde em terra estranha.
Porém, tudo o que lhes resta são as lágrimas e harpas penduradas. o silêncio, o pesar das lembranças.

fico pensando, hoje, o exílio é outro.
o Brasil não vive um momento de lamento coletivo como o que Judá experimentou em 586 a.C. 
quando foi completamente subjugada por Nabucodonosor.


pelo contrário, a tragédia brasileira é individual.
ela é sentida pela mãe que não tem como alimentar o filho.
pelo idoso q simplesmente sobra na sociedade.
pelo drogado q já desistiu de lutar.

ninguém se ocupa da tragédia do próximo, porque todo mundo tem algo mais importante a fazer.
eu mesma tapo os ouvidos para algumas delas, porque sei q com muito pouco posso colaborar.

eu queria q a tragédia brasileira se tornasse coletiva.
q fosse compartilhada por pessoas de fato Humanas

eu queria q a tragédia do Brasil me fizesse orar
como se a minha vida dependesse disso

eu queria q, como os judeus, não somente eu,
mas muitos pudessem dizer: "como eu vou entoar um cântico, ou ser alegre,
diante da miséria do meu povo, diante do pecado q escraviza a minha nação?"

veja bem, talvez seja esse o momento de se assentar e chorar.