sábado, abril 25, 2009

biblicamente falando

Elas poderiam ter qualquer idade, não sei porque, mas as imagino com mais de 40. Elas poderiam ser lindas, ou de aparência mediana. Contudo, sem mesmo me dirigir a aspectos não recuperáveis de suas histórias, quero falar das parteiras do livro de Êxodo. Faraó ordernara que elas matassem todos os meninos nascidos aos hebreus. Como temiam a Deus, elas desobedeceram à maior e suprema autoridade do Egito e deixaram viver os meninos. Deus vê a atitude dessas mulheres de arriscar o próprio pescoço por temor Dele e faz por elas o que mais ninguém poderia ter feito: constitui-lhes família. Lá no fundo de seus corações, eu tenho certeza que esse era o mais sincero desejo dessas mulheres, talvez (e assim voltam as conjecturas) elas já tinham perdido as esperanças de terem os próprios filhos. Tinham ajudado tantas mães a realizarem os seus sonhos com os seus bebês, mas nunca puderam ter os seus próprios. Quantos bebês nasceram sem que essas mulheres vissem a possibilidade de embalar seus próprios filhos. Mas o Deus, que conhece os detalhes e lê nossas almas mais profundamente que qualquer um, interviu na história. Elas simplesmente tiveram a alegria de serem esposas e mães, mas a alegria dobrada de saber que o próprio Deus, cujas obras são perfeitas, juntou as pecinhas para formar a família da qual agora elas podiam se alegrar. Isso não te faz querer isso também? Que Ele seja o autor da sua história, o pai que te dá em casamento, que concede os filhos, que providencia tudo? A mim faz.

a quem interessar possa:
Êxodo 2:21 "E, porque as parteiras temeram a Deus, ele lhes constituiu família."

João

- Eu só queria ouvir mais um pouquinho. Foram essas as palavras que o menino solitário que João tinha se tornado pensou mas não disse. Na verdade, seus olhos disseram. No recinto onde estava, ninguém ouviu, ninguém foi capaz de ler em seu olhar um clamor somado ao longo dos anos por respostas que cismavam em lhe negar. Nunca conhecera o pai. A mãe, imaturamente, faltava em observar o filho com os olhos do coração. Cenas assim só se repetiam. No momento de que se fala, estava no culto infantil de uma igreja que estava visitando. A professora falava: Deus, amor de Cristo, Ele ama a todos. Mas aí a hora foi passando, o culto acabou, em nome de Jesus, amém, tchau crianças. Gritinhos pelo corredor e lá eles se foram, e as dúvidas coração aflito de João. Ninguém percebeu que ele queria o Salvador. Sua timidez infantil, seu medo de incomodar, fato que comumente lhe atribuíam, não o deixaram pedir ajuda, fazer perguntas, dizer que queria saber mais. O Salvador, contudo, ouviu. Seu encontro com João não tarda, mas tem hora e local certo. (continua...)

quinta-feira, abril 23, 2009

como B. explica A&B

essa necessidade de te escrever, de te recapitular uns momentos me acontece todo o tempo.
o tempo com vc. aprendi que depois de você as coisas começaram a des-andar, a des-aparecer, a des-colorir. vc entrou roubando a atenção, o carinho acumulado e sem destinatário de alguns anos, como alguém que coleta cartas envelhecidas e amareladas duma caixa com poeira. minhas falas antigas, meus ensaios de afeto foram-te entregues em momentos propícios, nos descontroles de minha emoções, enquanto eu me imaginava outra. outra é uma boa palavra. o outro sempre me atraiu. o outro sorriso, o outro carinho, as outras palavras heartfelt (sinceras e profundas) que nunca me tinham como alvo. mas vc chegou e me fez a tal, a protagonista, não apenas a melhor amiga da mocinha nos filmes de comédia romântica, que sofre junto, que ri junto, mas que nunca vive a love story. agora vc é real, respira, fala, reclama, como qualquer cara bom, e verdadeiro, e que sente também. tudo começou a des-andar, quando não segue o teu rítmo, a des-aparecer, porque vc habita tudo nos meus dias, do sonho ao anseio, da lembrança remota ao "déja-vu" mais elaborado. vc faz tudo des-colorir, quando as coisas não obecedem às suas nuances de alegria e intensidade de viver. como eu explico o tempo? como uma entidade contínua que repetidamente me leva a você... como eu explico nós dois? como uma gota d'água que despenca de um desfiladeiro, separada das correntes bravas de uma cachoeira, sozinha na gravidade, seguindo as próprias normas, afastada do mundo cruel e sagaz que parece apagar tudo o que é belo e bom.