quinta-feira, dezembro 11, 2008

o que vc sabe do futuro

o que vc sabe sobre o futuro?
jogou a pergunta ao ar sem querer resposta. Caminhou por uns instantes ao lado da namorada, guardando firme o entendimento que não o possuía. O futuro é plenamente imprevisível, ameaçador, obscuro, dono de si, cheio de prepotência e impera. Como não se sabe o que será de alguém dali a dois segundos, esse alguém é ou está refém.
a menina porém, corría em outra direção. Disse que sabia do casamento, das cores da festa, do vestido que queria. Que que é isso? Hã? perguntou o garoto, dando uma freiada brusca na estrada de seus pensamentos, fazendo contorno rapidamente, e daí, a passos largos tentando alcançá-la. O que mesmo?
Ela percebeu que a pergunta era mais uma afirmação. Percebeu que o namorado nada queria saber sobre seus sonhos futuros. Com aquela pergunta, simplesmente dizia estar perdido, ter medo do futuro, do desconhecido.
Na menina, os cantinhos da boca iam dando sinais da decepção e ele, na tentativa de desfazer o mal instaurado, fazia perguntas desconexas... as flores? as rosas? de que cor mesmo?
Mas que nada, no fundo, ele sabia que o "senhor futuro", aqueles segundos desconhecidos o tinham assaltado de novo, fora pego desprevinido, mãos ao alto, rendido, sem palavras, descoberto em sua falta de interesse. Oras, e eu lá ia saber de casamento?!
Para ela, já não era a primeira vez, em suas mentes infantis operavam lógicas diferentes. Ele era a pergunta e ela a resposta. Ele, o ponto de interrogação e ela, o ponto final, freqüentemente uma exclamação. Repetidamente iam escrevendo caminhos, frases, períodos inteiros de idas e vindas desse amor todo seu. Ele começa, ela acaba. Ele, o predicador, o verbo que pede o sujeito, um simples sujeito, o sujeito simples, a menina. Ela, então, porque sabe tudo consertar, e é sagaz, diz: "Sabe, eu devia mesmo era dizer, do futuro eu nada sei, mas sei que é com você."
E no fim, os dois concordam em gênero, número e grau.

9 comentários:

Anônimo disse...

Cara, depois vc ainda vem falar de mim... QUE TEXTO É ESSE??? Uma crônica linda!!! Você tem um dom lindo guria! Parabéns!!!

Tão lindo o final!!!! Um clichê muito inteligente e bem aplicado. rs

"Ele, o ponto de interrogação e ela, o ponto final, freqüentemente uma exclamação. Repetidamente iam escrevendo caminhos, frases, períodos inteiros de idas e vindas desse amor todo seu. Ele começa, ela acaba. Ele, o predicador, o verbo que pede o sujeito, um simples sujeito, o sujeito simples, a menina. Ela, então, porque sabe tudo consertar, e é sagaz, diz: "Sabe, eu devia mesmo era dizer, do futuro eu nada sei, mas sei que é com você."

PERFEITO!
Deus te abençoe!

Lavrador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lavrador disse...

Nada mau!

vitorferolla disse...

O exemplo de que o dinheiro não compra é um dinossauro. Você pode ter todo dinheiro do mundo vc nunca terá um dinossauro de estimação =P

Raphael Rap disse...

Putz muito bom... só tenho a dizer o que foi dito: final realmente romântica e reflexivo...

Anônimo disse...

aaaah, que graça! adorável seu conto. eu amei! tão singelo... dá pra imaginar os dois e todo turbilhão de dúvidas e planos que parecem não se encaixar... mas no fim, se encaixam perfeitamente.

=)


obrigada, catarina. tenha um ótimo fim de ano tb!

bjim. até breve! ;)

Kessia disse...

em suas mentes infantis operavam lógicas diferentes

gostei mto desta frase..

suas cronicas sao mto legais meeesmo =))

vc estuda letras, n é?

Unknown disse...

sou da Letras sim, e gosto mt!

Anônimo disse...

Olá,

Passando para conferir as 9dades, matar as saudades e desejar um feliz natal e paz em sua casa.

Smack!

Edimar Suely
jesusminharocha.blig.ig.com.br