como Kathleen Kelly em Mensagem pra Você, inicio esse post me perguntando sobre o que eu deveria ter dito. Assim como ela, sou daquelas pessoas que, no momento de um embate, não têm nada a dizer, parecendo uns bobos sem argumentos, se deixando levar pela afronta. Momentos depois, no entanto, parece que a situação assenta na mente e as palavras começam a vir. Discuros longos, elaborados, cheios de lógica, irrefutáveis. Ai, ai, agora eu sei exatamente o que eu devia ter dito, mas não dá pra voltar no tempo.
Por isso, como numa catarse (purgação) desses sentimentos aqui dentro presos, gostaria de gritar nesse blog o que eu gostaria de ter dito sobre o questionamento que me foi feito quando da apresentação do meu trabalho de iniciação científica. A história é a seguinte: foi um trabalho lindo, pelo menos para mim. Trabalhei por meses e meses na construção de um pensamento sobre a Divina Comédia de Dante e o posicionamento de Agostinho com relação à ficção. Todo o trabalho que não foi só meu, logicamente, muitíssimo fruto da colaboração e dedicação efetivas de minhas orientadoras, culminou num texto que seria lido na apresentação.
Foi aí então que veio o embate. Na segunda etapa da Jornada de Iniciação Científica (porque Deus me levou até lá, porque Dele e por Ele, para Ele são todas as coisas), fui questionada pelo modo da minha apresentação, o fato de eu ter lido o texto e não "falado" sobre a minha pesquisa, etc e tal.
Falei que era uma questão de economia de tempo, falei que o texto era o próprio fruto da pesquisa, mas na minha concepção, não fui tão eloqüente quanto deveria. Costumava dizer que eu era melhor escrevendo do que falando, acho que é fato, mas isso tem que mudar.
Um texto escrito não atrai tanto as pessoas, o que todos nós queremos é teatro, mídia, diversão, coisas que nem sempre um trabalho estritamente teórico e de cunho investigativo pode dar conta. Felizmente, Deus me enviou duas resgatadoras que apreciaram o trabalho, me deram crédito e, mesmo não sendo da minha área, perceberam o trabalho intelectual feito ali. Oras, oras. Como eu devia ter dito coisas, como: "arquitetos fazem pontes, prédios e trazem aqui suas maquetes e idéias que ficam como contribuição para a sociedade, mas o meu trabalho é com a linguagem, o que eu tenho para devolver a esse mundo é um texto, que é pensado, dá trabalho, um texto que eu nem sei quantas vezes eu fui e voltei nele, quantas vezes eu escavinhei essa terra, buscando a melhor maneira de dizer o que eu tinha pra dizer, quantas vezes enchi a paciência da querida orientadora procurando a melhor palavra, o melhor sinônimo. Oras, oras." Isso me cansou e me abriu os olhos para a verdade de nosso tempo, que o que conta, não é tanto o que vc diz, mas como vc diz, a performance. Agora tá certo, super aulas de teatro pra JIC do ano que vem!
Por isso, como numa catarse (purgação) desses sentimentos aqui dentro presos, gostaria de gritar nesse blog o que eu gostaria de ter dito sobre o questionamento que me foi feito quando da apresentação do meu trabalho de iniciação científica. A história é a seguinte: foi um trabalho lindo, pelo menos para mim. Trabalhei por meses e meses na construção de um pensamento sobre a Divina Comédia de Dante e o posicionamento de Agostinho com relação à ficção. Todo o trabalho que não foi só meu, logicamente, muitíssimo fruto da colaboração e dedicação efetivas de minhas orientadoras, culminou num texto que seria lido na apresentação.
Foi aí então que veio o embate. Na segunda etapa da Jornada de Iniciação Científica (porque Deus me levou até lá, porque Dele e por Ele, para Ele são todas as coisas), fui questionada pelo modo da minha apresentação, o fato de eu ter lido o texto e não "falado" sobre a minha pesquisa, etc e tal.
Falei que era uma questão de economia de tempo, falei que o texto era o próprio fruto da pesquisa, mas na minha concepção, não fui tão eloqüente quanto deveria. Costumava dizer que eu era melhor escrevendo do que falando, acho que é fato, mas isso tem que mudar.
Um texto escrito não atrai tanto as pessoas, o que todos nós queremos é teatro, mídia, diversão, coisas que nem sempre um trabalho estritamente teórico e de cunho investigativo pode dar conta. Felizmente, Deus me enviou duas resgatadoras que apreciaram o trabalho, me deram crédito e, mesmo não sendo da minha área, perceberam o trabalho intelectual feito ali. Oras, oras. Como eu devia ter dito coisas, como: "arquitetos fazem pontes, prédios e trazem aqui suas maquetes e idéias que ficam como contribuição para a sociedade, mas o meu trabalho é com a linguagem, o que eu tenho para devolver a esse mundo é um texto, que é pensado, dá trabalho, um texto que eu nem sei quantas vezes eu fui e voltei nele, quantas vezes eu escavinhei essa terra, buscando a melhor maneira de dizer o que eu tinha pra dizer, quantas vezes enchi a paciência da querida orientadora procurando a melhor palavra, o melhor sinônimo. Oras, oras." Isso me cansou e me abriu os olhos para a verdade de nosso tempo, que o que conta, não é tanto o que vc diz, mas como vc diz, a performance. Agora tá certo, super aulas de teatro pra JIC do ano que vem!
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