sábado, outubro 25, 2008

cale-se ou vc me deixa louco! (coceira nos ouvidos)

Em O Casamento do Meu Melhor Amigo, Michael diz à amiga Julianne: "A Kimmy diz que, quando se ama alguém, você diz. Você diz bem alto. Bem na hora. Ou então, o momento... passa." Julianne achava que o amava, mas não diz nada quando é possível dizer, quando (isso eu só acho) talvez ele pudesse considerar escolhê-la. Ao invés disso, passa todo o resto do filme se metendo em peripécias para recuperá-lo.
Julianne perdeu o momento, mas não quero perder o meu. Bem, esse filme é oportuno, pois ando me questionando até que ponto as pessoas querem ouvir o que nós "loucos, fanáticos, abitolados cristãos" temos a dizer. Os epítetos não me assustam, só mostram como é necessário que provemos o contrário.
Na verdade, ninguém quer mesmo ouvir. Sinto que a intolerância a assuntos ligados à fé só vai crescendo. Fato é que essas pessoas não sabem que, ao agir dessa maneira, elas só confirmam as Escrituras, quando Paulo diz: "Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos" (2 Timóteo 4:3)
O que eu sei é que é esse o tempo que Ele me deu para viver, é aqui e agora que devo deixar a canção da minha vida exaltá-Lo, talvez ela não soe tão boa no começo, talvez eu desafine aqui e ali, mas isso não me impede de soar, para Ele. Pelo menos eu estou tentando.
Esse é o meu tempo, para uma conjuntura como essa que Ele me trouxe aqui. Queiram alguns ouvir ou não.
Como já cantou mister Needham: "It's time to speak His mind out"
É tempo de falar "a Mente Dele", e não se assuste, porque ela não segue a sua lógica.

domingo, outubro 12, 2008

porque eu escrevo esse blog...

nunca parei pra pensar no fundo porque escrevo esse blog.
Não sei muito o que passava em minha mente quando o criei, mas agora, de noitinha, num click eu entendi uma de suas maiores funções. Escrevo esse blog porque preciso de cura. Quase não me importa se pouquinhas pessoas lêem, desde que eu consiga falar, liberar o peso dentro de mim. Tem umas noites que chegam e o peso do dia me oprime. Sou como um esponja. Sugo o problema de outros, me importo com tudo, e vou dizer uma coisa, é uma droga (perdão aos leitores!). Como se eu não tivesse questões suficientes em que pensar. Ninguém me pede para me preocupar com eles, mas faço isso. Tem horas em que eu queria não ligar para nada, sabe? Queria andar feliz e saltitante como se o mundo fosse um grande playground super colorido. Mas enxergo os problemas, as injustiças, e essas coisas penetram minha alma me trazendo um grande peso. Parece que quando não tenho com o que me precupar, eu arrumo. É estranho, às vezes me pergunto se Deus não tem vontade de que alguns assuntos em específico me deixem assim indignada, com relação ao meu futuro ministério. Tem um versículo na Bíblia que diz que Deus sente indignação todos os dias. Mas muito embora ele sinta indignação, com certeza ele não vive sofrendo. Alguém poderia me dizer: "Simplesmente não se preocupe!" Faria isso se eu conseguisse, mas é involuntário. Acho que orar é a melhor saída, e tentar entender o que Deus tem pra mim. Uma vez ouvi que aquilo que mexe contigo, que te deixa indignado mesmo, é o lugar onde Deus quer te usar. Se for isso que Deus quer me mostrar, haja preparação, que a luta é grande! Reafirmando o propósito desse post, devo dizer, escrevo esse blog pra me entender!

quinta-feira, outubro 02, 2008

essas são as linhas que se perderam

na verdade, um dia depois eu me lembrei de que se tratava o post que tinha perdido nos enlaces da minha memória.
Embora pudesse até parecer algo poético, bonito de se falar, não chegava nem perto.
Naquele dia, eu estava no ônibus interno que circula na faculdade, apressada para o estágio, mas ouvindo o diálogo entre uma mãe, um filho de uns 11 anos e uma senhora. Eles falavam do trânsito, e então meio que sem conexão, o menino falou "E quando tem tiroteio lá? No dia seguinte é só morte, morte, morte."
E ele repetiu esse último vocábulo, assim em sequência de três, umas três vezes. Toda vez que ele dizia isso, eu me perguntava que tipo de cenas esse menino já tinha visto, me perguntava que tipo de infância é essa, que tipo de vida, afinal.
Eu não sei que sensação é essa que parece envolver nossa sociedade como se tivéssemos alguma coisa pra comemorar, a gente vai à festas, as pessoas se embebedam, os shoppings estão cheios na sexta à noite, todos fazem dívidas, respondem "tá tudo bem", mas sem razão pra isso e assim vamos levando. Está tudo mal. Não estou sendo pessimista, porque odeio isso, mas está mal mesmo. Muitos cristãos ainda não desempenham o seu papel nesse mundo como deveriam. Eu não desempenho o meu papel. E, só quando, e somente quando, eu fôr aqui nessa Terra, quem Deus sempre quis que eu fosse, não devo me dar por contente. Talvez eu não tenha a glória desse mundo, que todos os dias me parece cada vez mais inalcançável, sem muito propósito (mas isso é outro assunto), mas eu quero partir daqui sabendo que não fui um zero à esquerda, que eu falei do amor de Deus pra alguém, que alguém deixou de fazer alguma besteira por conta de alguma palavra minha, que eu apontei o Caminho para algum perdido. Isso é felicidade. Quanto ao menino do ônibus, ele era muito inteligente e eu espero que um dia, um daqueles missionários cheios de amor no coração que sobem os morros encontre com ele, e mostre a ele o Salvador.